E AQUI, OS QUE POR CÁ VIERAM UMA, E CONTINUAM VOLTANDO OUTRAS VEZES!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Das vezes em que ele sobreviveu!





Imagem feita por Sotnas Odlabu na metade dos anos noventa mais ou menos.
Em um sítio em Pedro de Toledo-SP.
Não está tão nítida, mas, é uma bela imagem. E a  original é em papel, copiada 
de negativo.




                   Ele ouviu a esposa chamá-lo, abriu os olhos e notou a preocupação na face da esposa que o acordou.
Levantou-se de pronto e a esposa lhe disse que seria preciso levar o filho ao médico, pois ele estava muito agitado, e não conseguia dormir com aquela crise de rinite ou bronquite. Ele rapidamente visualizou o relógio e percebeu que após cinco minutos seriam quatro horas da manhã, e ele precisava ir para o trabalho as sete, correu ao banheiro lavou-se rapidamente e vestiu-se. Naquela época não tinham telefone. Sendo assim saíram os dois caminhando pelas ruas iluminadas pelas fracas lâmpadas e escura sob as árvores que produziam sombras.
Moravam numa cidade pequena, no entanto há hospitais, comércios, e varias outras comodidades de uma grande cidade.
E naquela época ainda tínhamos acesso ao serviço de saúde publica oferecido em vários hospitais particulares. Enquanto caminhavam, o pai carregando o filho nos braços ia pensando na história que sua mãe havia contado, sobre um pequeno garotinho recém-nascido que a mãe teve de deixar com a irmã mais nova, pois precisava ajudar os pais na roça.
Ele lembrou que após aquele dia, aquela mulher enfrentou tudo e todos para manter a vida do filho, o primeiro filho dela com aquele sargento do exercito.
Assim enquanto caminhava para o hospital próximo, naquela madrugada de agosto de 1982, ele seguia pensando nesta história, pois ele havia aprendido que os pais sempre devem proteger os filhos. Ele sentia orgulho daquela mulher que enfrentou todos pela vida do filho.
Sua mãe lhe contou que estava casada com aquele sargento do exercito, e como ele somente aparecia em casa nas folgas, e ela ficava muito tempo só com o filho, assim foi morar com os pais enquanto o bebê não tinha seis meses, e em qualquer emergência haveria alguém por perto.
Porém naquela época, as pessoas que moravam na roça, também trabalhavam na roça. E um dia aquela jovem mãe foi ajudar os pais na roça e deixou a sua irmã mais nova cuidando do seu filho com alguns meses de vida, deixou todas as instruções para a alimentação da criança, e deixou também a alimentação toda pronta. E foi ela para o trabalho com os pais, ela não devia se preocupar, pois sua irmã estava cuidando do seu filho, o sobrinho.
Nem de longe ela imaginava o sofrimento que aquele gesto provocaria em sua vida.
A tia brincava com o pequeno, mas, criança parece que tem um relógio no estômago, e sempre nos mesmos horários diários pede pra ser alimentado. Quando a criança que sorria com as brincadeiras após acordar de breve sono, iniciou um choro, ela ainda tentou agradar, sem, no entanto conseguir, então se lembrou da mamadeira que já estava pronta, era necessário somente aquecer e entregá-la ao pequeno para que ele saciasse a sua não tão pequena fome. Atrapalhada com o choro da criança a tia nem se deu ao trabalho de verificar se o alimento estava perfeito para o consumo do pequeno sobrinho. Aquecido o recipiente com o alimento ela apalpou e considerou na temperatura exata, e lá se foi ao quarto e posicionou o alimento junto à boca da criança que, ávida segurou com as duas mãos a mamadeira e iniciou com satisfação a degustação de seu saboroso alimento.
E na noite daquele mesmo dia começaram os transtornos com a vida daquele pequeno, quando a mãe voltou do trabalho a criança estava inquieta, choramingava a todo instante, e na troca de fralda a mãe percebeu que algo estava errado com seu filho, as evacuações do pequeno indicavam que havia um desarranjo intestinal. Quando perguntada se havia acontecido algo com a criança a tia disse que não se lembrava de nada que houvesse acontecido. Porém ela se esqueceu de dizer que após o pequeno deixar metade do alimento ela abriu o recipiente e despejando fora o alimento percebeu que não estava bom, parecia estragado. Assim ela com receio de sua irmã bronquear ocultou esta informação.  
Aquela primeira noite após ingerir o alimento estragado foi o início da tormenta que viveria aquela jovem mãe e seu pequeno filho. Que o pequeno fora envenenado por uma simples refeição deteriorada, e por um descuido sua jovem tia havia permitido que o pequeno faminto ingerisse. A jovem mãe não conseguiu dormir, a todo instante o pequeno chorava com dores e ela levantava, preparava chá e dava para o filho, amenizada a dor o pequeno cochilava e logo em seguida acordava com as dores novamente.
E assim foi findando aquela noite, e amanhecendo o dia a mãe foi com a criança ao hospital na cidade que ficava distante. Chegaram ao início da tarde e depois de atender e examinar a criança, o medico disse que desconfiava de intoxicação, algo que ele ingeriu e não fez bem.  Era o ano de 1959. E a medicina ainda não havia alcançado o estágio que conhecemos nos dias atuais. E assim a criança cada dia piorava o estado de saúde, e a cada médico que era consultado, sempre o mesmo procedimento, uma medicação pra tirar a dor e a frase que não havia mais nada a ser feito a não ser aguardar a reação do organismo da criança. E aquela situação estava deixando aquela jovem e inexperiente mãe com um enorme desespero, não sabia o que fazer para que o filho deixasse de sofrer, já há uma semana que a criança não conseguia se alimentar direito, pois tudo que ingeria retornava em seguida até os remédios!
E no afã de conseguir curar o filho ela peregrinava de cidade em cidade, e sempre com o mesmo diagnóstico, e ela segue, de povoado em povoado, era noite quando ela iniciou uma viagem de canoa para a cidade onde seu marido, o pai da criança estava a trabalho, um quartel do exercito, lá havia um médico, que prestava serviço no quartel, e na cidade anterior o medico havia dito a jovem mãe que aquela criança talvez não resistisse à viagem, e ela chorava e rezava para Deus, naquela canoa a navegar por toda a noite ela pedia que o criador não lhe tirasse o filho, e olhava para a criança que nem mais força tinha pra chorar, pouco se movia e quando o fazia era um movimento tão lento e deveras moribundo, e estava tão desnutrido, que era possível contar os ossinhos de sua pequena estrutura, os pequenos olhos dentro das órbitas pareciam sem vida, e a mãe o segurava com todo cuidado com receio de quebrar qualquer membro daquele pequeno que lutava pela vida. Ela já havia pedido para o pai ser avisado, e ele pelos relatos recebidos já havia encomendado a pequena urna onde o pequeno corpo seria acomodado e todos os procedimentos. Estava tudo encaminhado, somente queria ouvir a ultima palavra do médico do quartel, que era um senhor com certa idade. Foi com alegria que a jovem mãe percebeu um leve movimento do pequeno que carregava nos braços, e olhando ao longe percebeu que estava amanhecendo, graças a Deus, ela disse, aquele médico estava errado, Deus é mais poderoso, e vai manter meu filho vivo. O sol já se mostrava alto, naquela manhã de novembro de 1959 ali naquela cidade do sertão nordestino, haviam chegado poucos minutos atrás, e em uma carroça ela se dirigia ao quartel onde se encontrava o pai de seu filho, e também o médico que por insistência da jovem mãe o pai havia pedido para que ele atendesse o pequeno, caso pudesse fazer algo pra ajudar, ou assinasse a certidão se assim fosse necessário.
Quase uma hora depois a esposa daquele sargento chegou ao quartel carregando aquele pequeno corpo quase sem, porém ainda restava um sopro de vida, e ele lutava bravamente por ela.
Minha senhora, minha senhora, ela ouviu chamare-na, bem longe, pois estava com sono, e não desviava os olhos do pequeno estendido naquela maca na sala de consulta. Senhora! E foi então que ela se deu conta que o velo médico a chamava para dizer o que pensava do caso.
Ele foi logo dizendo. Não quero enganar a senhora, mas, quando eu era jovem e estava estudando medicina houve um caso parecido com o de seu filho, e havia um rapaz que estudava na minha turma que tentava desenvolver remédios caseiros, pois ele estava acostumado a viver longe da cidade e presenciava uma tia dele fazendo chás estas coisas de pessoas que vivem longe de médicos e hospitais!
Pelo que ele me disse a criança estava também já beirando o outro lado. Ele perguntou para a mãe se ela tinha o cordão umbilical da criança. Ela respondeu que sim, então ele disse a ela para levar o filho para casa e pegar um pedaço do cordão umbilical, ferver com um pouco de água e depois que esfriar fazer com que a criança bebesse ao menos algumas gotas, sempre que ela tentar chorar, ou desejar comer algo a senhora de este chá. Durante um dia e reze muito se souber.
O marido tentou demovê-la desta tentativa, pedia que ela deixasse a criança morrer em paz, mas ela disse que o filho dela não ia morrer naquele momento por que não era a vontade de Deus.
Foi para casa com a ajuda de um transporte do exercito ela conseguiu chegar ao final de um dia e meio. Foi onde havia guardado o “umbigo” do bebê, fez como recomendou o médico, esfriou e pegou um pano molhou a ponta e passou nos pequenos lábios rachados de seu pequeno filho que ainda por vontade de Deus resistia, não tinha sequer força para abrir a boca, então ela espremia o pano e o liquido escorria para dentro da boca o menino, repetiu até que considerou uma dose de medicamento, ou uma a quantidade de pequena colher. E deitou o pequeno na cama e deitou-se ao lado, o pequeno dormia e ela caiu no sono também ao lado do filho.
De repente acordou assustada, pois imaginava ter ouvido um choro de criança, ou algo parecido, haviam se passado mais ou menos três horas desde que deu o chá ao filho, ele estava resmungando como se chorasse, mas foi ela que chorou, pois havia dias que não escutava qualquer som vindo do filho, rapidamente levantou-se e foi até a cozinha, pegou mais um tanto de chá e voltou, só que desta vez com uma colher pequena, ela fez com que o pequeno ser sorvesse pequenas quantidades do remédio, após alguns goles de criança, pois uma gota parece que vai sufocar estes pequeninos, ela imaginou que ele havia engolido mais ou menos uma dúzia de gotas, e mais pela fome que sentia, pois a careta que fazia a cada gole era de fazer rir, pois é ela ria das caretas que aquele pequeno que muitos diziam morto dois dias atrás, aquele pequenino ser que ela amava mais que a ela mesma, que não olhava mais pra ela e ria dois dias atrás, e que agora já não tinha os pequenos lábios rachados. Pois agora naqueles pequeninos olhos brilhava novamente uma centelha de vida, movia com certa dificuldade os pequenos braços e pernas, esboçava um choro, e quando olhava para aquele rosto que ele conhecia desde o primeiro dia de vida, sentindo aquelas carícias daquela dedicada mãe, ele já esboçava um pequeno e discreto sorriso, mas ainda estava sentindo muita fraqueza, e assim embalado pelo canto de sua mãe, que na verdade rezava ele dormiu novamente. A mãe aproveitou e mandou recado para o pai do menino, ele devia devolver a pequena urna, pois não ia precisar, não para o filho dela, e assim que ele pudesse viesse ver o filho. Um filho do qual ela se orgulhava por ter lhe dado a vida, pois ele era um lutador e merecia estar vivo.
Dois dias após as primeiras gotas ingeridas daquele chá, o pequeno já estava mamando novamente, sorria quando sua mãe lhe aplicava cócegas com o nariz em sua barriga na hora do banho, e quando sentia fome chorava. E assim enquanto se dirigia ao hospital com o filho nos braços ele repetia para si, que aquela foi sua segunda vitória pela vida como ser humano, pela segunda vez ele nasceu, houve outras mais recentes, no trabalho. Antes de se casar com aquela que caminhava ao seu lado ele estava na linha de tiro de um bêbado, pois o alvo estava atrás dele e não foi alvejado. Somente Deus pode explicar às vezes em que ele havia renascido. Era mesmo como dizia a sua mãe, ainda não era o momento de partir. Foram pouco mais de quinze minutos de caminhada até o hospital, e chegando lá após o atendimento, o médico receitava algum medicamento e, indicava lá mesmo outro medicamento, injeção e inalação, e após quarenta minutos deixaram o hospital levando o filho, já bem melhor, dormindo o sono dos anjos, e voltando para casa ele percebia na fisionomia da esposa certo alívio, apesar do sono, então ela e o pequeno deitavam e dormiam e ele, vestia-se para enfrentar outro dia de trabalho, com muito sono e cansaço, porém contente por saber que estava tudo bem com ela e o pequeno. Naquele momento, ele ia para o trabalho tranqüilo, e digo que houve muitas repetições deste episódio, tanto com este primeiro filho quanto com o segundo. E tudo por conta da natureza, da tal de genética, que os dois filhos daquele casal herdaram, e junto uma, tal de rinite também, e quando ela se manifestava, a solução era inalação, tanto que no ano seguinte devido às constantes crises, foram obrigados a adquirir um aparelho de inalação para não ter que sair correndo madrugada afora para hospitais, e não ter que ir trabalhar sem sequer ter dormido!
Como vê, uma mãe passa por situações de extrema complexidade, e pensar que após todo este trabalho, ela recebe em troca daquele filho uma enorme ingratidão, eu imagino que dor aguda e mortal deve sentir todas as mães nestas situações, penso que ela vai morrendo aos poucos por cada atitude ingrata que recebe de um filho, nenhum pai ou mãe fica contente em observar o filho sofrer, mas há certos momentos em que é preciso, para que eles aprendam como se vive!   
Hoje aquele garoto que era carregado pelo pai em plena madrugada presencia os filhos querendo construir família, e fica imaginando que sua mãe deve ter pensado o mesmo, como o tempo passa depressa. É tão curto e passa tão ligeiro, e o pior é que na maior parte dele somente a mãe esteve presente, pois ele estava mais trabalhando, mas o tempo que pode estar com eles, esteve, e foram momentos tão bons e inesquecíveis, pois aprendeu muito com os filhos, tanto quanto se divertiu, e ainda se diverte. Pois não deixou partir aquela criança que sempre fui, e que traz consigo sempre, e disposto a brincar de viver, a todo instante!
                                                                       Sotnas Odlabu

   

 

15 comentários:

  1. Amigo,
    Hoje estou passando apenas para lhe fazer um convite.
    Estou falando do www.superlinks.blog.br que é um site agregador que vale a pena visitar, pois é mais um espaço no qual você poderá publicar seus links de matérias, pois é um site sério e com critérios bem positivos.
    Espero que goste da dica.
    Um grande abraço

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  2. olá,tudo bem com vc?olha,li todo texto e confeso que me emoçionei,lágrimas vieram ao olhos,pois me lembrei das veses em que levava meus filhos ao médico.Muito bom o texto ,amigo ,passa lá ,tem uma rosa pra vc,bom fim de semana e um grande abraço.

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  3. Amigo Sotnas
    Hoje estou passando apenas para deixar um abraço de despedida até Setembro.
    Não li o post pois o tempo escasseia... mas quando voltar vou ler (e vou gostar, com certeza...)

    Desejo-lhe tudo de bom, até ao meu regresso.

    Beijinhos

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  4. Querido amigo

    Os pais, de modo geral, são prejudicados no convívio com os filhos, pois estão mais envolvidos com a lida diária. Entretanto, o que vale é a qualidade do tempo de convívio, momentos preciosos que certamente serão inesquecíveis.
    Seu texto é muito interessante, descritivo, cheio de sentimentos guardados no coração.
    Por hoje venho agradecer o carinho de suas visitas, deixando o meu.

    Fátima Guerra.

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  5. Caro Sotnas, que relato emocionante! fiquei impressionada com a história que, antes de mais nada, foi muito bem escrita.

    Um abraço.

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  6. Querido amigo Sotnas,

    Li bem atentamente este texto que transporta o leitor para as situações descritas por ser muito bem esmiuçado na narrativa. Emocionei-me por diversas vezes, ao associar a leitura as minhas lembranças. Senti todo o relato profundamente.

    Beijos com carinho.

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  7. Oi, Sotnas! Gostei da foto, que me fez lembrar de meu avô e seu bote de pescaria, mas o mais bonito nessa postagem foi o texto comovente. Parece história verídica. A medicina evoluiu muito. Já existem firmas especializadas em guardar o cordão umbilical dos recém-nascidos. No entanto os pais ainda sofrem com os filhos doentes. Bons pais são verdadeiros heróis. Beijos!

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  8. Sotnas, estive longe, fui acordado pela tua animosidade de ser esta criatura que vive princípios e resiste aos tempos da apatia. Volto. Espero poder estabelecer um tanto a mais na nossa amizade.
    Teu texto é um sinal de fé que existe nos corações das mães. Sem este amor não se alcança Deus.
    Existe um vitupério em cada ser que desconhecemos.
    Tenho quatro filhos; um deles Deus me deu de volta.
    Meus parabéns. Gostei da leitura, ela mostra bondade e a importância de sermos Bons pais.
    Um grande abraço, minha sala estará sempre aberta

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  9. Sotnas,

    Ao ler seu texto muitas coisas passaram pela minha cabeça e pude perceber através dos detalhes a fé e o amor incondicional que uma mãe tem pelo filho. Infelizmente sabemos que um filho pode ignorar a sua mãe mas uma atitude contrária é pouco provável.

    Parabéns pela sensibilidade nas palavras!

    Um grande abraço, amigo

    Deus seja contigo

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  10. Ser Pai é: Sorrir, Chorar, Sofrer, Gargalhar. Ser filho é: Agradecer todos os dia a oportunidade de ter um Pai.UM fELIZ DIA DOS PAIS meu querido.
    bjk

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  11. Olá amigo, passando por aqui e agradecendo sempre o carinho da sua visita. Lindo texto e bela imagem! Bjos no seu coração e um feliz dia dos pais!

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  12. linda reflexão Sotnas..
    um beijo de carinho e obrigada sempre ..
    um lindo dia dos pais..

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  13. Bom alvorecer!
    Reflexição para o dia de hj...
    Deus é Pai (Poema)
    Composição: Fábio de Melo

    Quando o sol ainda não havia cessado seu brilho,
    Quando a tarde engolia aos poucos
    As cores do dia e despejava sobre a terra
    Os primeiros retalhos de sombra
    Eu vi que Deus veio assentar-se
    Perto do fogão de lenha da minha casa
    Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça
    E buscou um copo de água no pote de barro
    Que ficava num lugar de sombra constante.
    Ele tinha feições de homem feliz, realizado
    Parecia imerso na alegria que é própria
    De quem cumpriu a sina do dia e que agora
    Recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe.
    Eu o olhava e pensava:
    Como é bom ter Deus dentro de casa!
    Como é bom viver essa hora da vida
    Em que tenho direito de ter um Deus só pra mim.
    Cair nos seus braços, bagunçar-lhe os cabelos,
    Puxar a caneta do seu bolso
    E pedir que ele desenhasse um relógio
    Bem bonito no meu braço
    Mas aquele homem não era Deus,
    Aquele homem era meu pai
    E foi assim que eu descobri
    Que meu pai com o seu jeito finito de ser Deus
    Revela-me Deus com seu
    Jeito infinito de ser homem.
    Bjssssssssssssssssssssssss

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  14. Sotnas, tua história é deveras comovente o que não tem como não se sensibilizar.
    Prova dura esta de mãe que não mede esforços, segue além no sacrifício de manter a vida daquele ser que um dia ela trouxe ao mundo.
    A vida é isto, é luta e jamais desistir, em cada sinal de luz é a esperança que chama, a fé que remove montanhas mostrando que podemos tudo quando se ama.

    Linda história, digna de ser contada.

    Os sentidos são instrumentos
    de sintonia em Jesus
    se as notas forem cantigas,
    nosso semblante é de luz...


    Um brinde a todos os pais do mundo estejam eles na terra ou num espaço sagrado,
    a eles, a eterna gratidão, por serem assim tão amados...



    Linda semana pra ti

    Bjs

    Livinha

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  15. Olá convite a você,
    Venha conhecer o nosso blog http://drisph.blogspot.com, o clube dos novos autores, fazer parte da construção dessa história de amor e luta, nos unimos, os novos autores para fortalecermos aquilo que a sociedade literária ainda não aceita – o nosso novo talento.,
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    Obrigada por nos seguir!

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